O soluço é resultado de uma contração involuntária
do diafragma, um fino músculo que separa o tórax do abdômen e que, juntamente
com os músculos intercostais externos, é responsável pelo controle da
respiração. Seus movimentos de contração e relaxamento permitem que inspiremos
e expiremos o ar e são controlados pelo nervo frênico, situado logo acima do
estômago.Os incômodos do soluço surgem a partir de uma
irritação do nervo frênico, cujas causas podem ser diversas (distensão gástrica
pela ingestão de bebidas com gás, deglutição de ar ou alimentação em grande
volume; mudanças súbitas da temperatura de alimentos ingeridos; modificações da
temperatura corporal, como sauna seguida de ducha gelada; ingestão de bebidas
alcoólicas; ou até mesmo gargalhadas). Quando ele fica ou sensibilizado, envia
uma mensagem para o diafragma se contrair, o que dispara o soluço.
O característico barulhinho "hic, hic"
surge quando ocorre fechamento súbito da glote (abertura superior da laringe,
onde se localizam as cordas vocais), produzindo vibração nas cordas vocais.
Susto pode curar o soluço? Por
que?
Pode sim. Quando levamos um susto, provocamos
uma forte inspiração, levando a um aumento do volume de ar nos pulmões. Os
pulmões pressionam o diafragma, fazendo com que ele se estique e volte a
funcionar normalmente. Mas existem maneiras menos drásticas que também
funcionam: tomar um copo d'água com nariz tampado ou inspirar e segurar o ar
por alguns instantes.
Como acontece o reflexo da tosse?
Os brônquios e a traqueia são tão sensíveis a um
toque leve, que quantidades mínimas de material estranho ou substâncias que
causam irritação iniciam o reflexo da tosse. Impulsos nervosos aferentes passam
das vias respiratórias (principalmente pelo nervo vago) ao bulbo (medula
oblonga), onde uma sequência automática de eventos é disparada por circuitos
neuronais locais, causando os seguintes efeitos:
- inspiração de até 2,5 litros de ar;
- fechamento da epiglote e das cordas vocais para
aprisionar o ar no interior dos pulmões;
- contração forte dos músculos abdominais e dos
músculos intercostais internos, empurrando o diafragma e provocando aumento
rápido de pressão nos pulmões (de 100 mmHg ou mais);
- abertura súbita das cordas vocais e da epiglote e
liberação do ar dos pulmões sob alta pressão.
Desta forma, o ar que é expelido de forma explosiva
dos pulmões para o exterior se move tão rapidamente que carrega consigo
qualquer material estranho que esteja presente nos brônquios e na traqueia.
Como acontece o reflexo do espirro?
O reflexo do espirro é muito parecido com o reflexo
da tosse, exceto pelo fato de se aplicar às vias nasais, ao invés das vias
respiratórias inferiores: o estímulo que inicia o reflexo do espirro é a
irritação das vias nasais. Impulsos aferentes passam do quinto par de nervo
craniano ao bulbo, onde o reflexo é disparado. Uma série de reações semelhantes
às do reflexo da tosse acontece, grandes quantidades de ar passam rapidamente
pelo nariz, ajudando, assim, a limpar as vias nasais.
Você sabia que:
- o ar que sai das narinas durante o espirro atinge
em média 150 Km/hora?
- ao espirrarmos espalhamos aproximadamente 40 mil
gotículas de saliva?
Pois é, por isto o espirro é uma excelente fonte
de transmissão de doenças respiratórias.
Porque é impossível espirrar de
olhos abertos?
Esclarecendo o mito: não é porque os olhos podem sair
da órbita que os fechamos ao espirrar!
Quando uma partícula estranha entra no corpo pelas
vias nasais, estimula os receptores locais que, por meio do nervo trigêmio (que
coordena os movimentos da face), avisam o tronco encefálico que é hora de
entrar em ação.
Ao receber a mensagem, o tronco encefálico reage
imediatamente à invasão, gerando uma série de impulso motores que contraem o
abdômen, o tórax e o diafragma, até chegar ao nervo facial.
Os reflexos que chegam ao nervo facial também
desencadeiam movimentos para expulsar a partícula estranha. Essas contrações
atingem diversos músculos da face, incluindo o músculo orbicular, que controla
o abrir e o fechar dos olhos. Como resultado de todo esse esforço, fechamos os
olhos.
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